O capitalismo é um modelo econômico que surgiu no século XV com o fim da Idade Média, modelo tal caracterizado por suma busca racional e sistemática pelo lucro, não simplesmente a lucratividade. Atualmente, o capitalismo se mantem no New Deal, que se diverge bastante da origem.
Lucratividade pode ser um termo concebido em qualquer momento da história, em qualquer forma
organizacional humana e não necessariamente no capitalismo. Um bom exemplo pode ser observado durante a antiguidade, quando a comunidade românica, uma vez vencendo uma batalha contra um povo rival, faz desse povo seu escravo. Houve lucratividade, entretanto, não sob um aspecto capitalista.
Divisão do Capitalismo
Historicamente, o capitalismo pode ser dividido em três partes quanto ao seu exercício de desenvolvimento.
- O capitalismo comercial- ou mercantilismo- entre os anos de 1453 e 1789.
- O capitalismo industrial que vai de 1789 até 1929.
- O capitalismo financeiro que vai de 1929 até os dias atuais.
Origem do capitalismo
Capitalismo não é ganhar dinheiro simplesmente; capitalismo é um modo de produção, ou seja, a forma com a qual um povo se organiza para viver. É uma estrutura organizacional muito mais complexa do que aquilo que comumente imaginamos ser.
A classe social conhecida como burguesia é a responsável pelo desenvolvimento do capitalismo em sua origem. Dessa forma, ela consegue mudar a forma com a qual o ser humano concebe a figura do trabalho. Sabe-se que no período medieval consideravam o trabalho uma atividade para servos e sem prestígio social.
À nobreza cabia o ócio, o exercício intelectual de administração pública. Posteriormente, a burguesia necessita desenvolver uma nova filosofia social para o desenvolvimento do capitalismo. Assim sendo, observamos que movimentos como o renascimento cultural e científico, a reforma e a contrarreforma religiosas, o absolutismo são formas de introduzir o pensamento capitalista de forma racional e convincente nesse mundo ocidental que estava em franca transformação.
Inicialmente, as grandes navegações mostraram para o ser humano que o capitalismo é o modo de produção que podemos caracterizar como “mutante”, pois, ele se apropria de elementos vinculados a outros modelos de produção para se desenvolver mais e melhor, se diferenciando da origem. Um ótimo exemplo seria o processo de escravização do índio e do negro na América recém-descoberta em 1492 por Cristóvão Colombo.
Entre 1789 e 1929, vimos o capitalismo instituir uma nova forma de relação de trabalho em meio a nossa sociedade, principalmente devido ao fato de que a substituição da manufatura e do trabalho artesanal pela maquinofatura nos trouxe trouxeram uma vinculação diferente para com a natureza ao nosso redor.
Dias Atuais
A capacidade de produção se potencializou inúmeras vezes e o potencial de devastação da natureza também foi proporcional a essa capacidade produtiva e o capitalismo. Queimar árvores foi só o começo desse processo, assim como queimar o carvão vegetal, o que caracterizou a Revolução Industrial de 1750.
Posteriormente, podemos observar que o ser humano desenvolveu novas tecnologias capazes de explorar os combustíveis fósseis, fator que potencializou a segunda revolução industrial, chamada de Revolução dos Combustíveis, e que, além de gerar a tomada da Ásia e da África, foi fator preponderante para o início da Primeira Guerra Mundial.
Porém, inúmeros benefícios foram conquistados nesse período que vai de 1840 a 1918, como o motor a combustão interna, a energia elétrica, o telefone, o avião, as metralhadoras e os tanques de guerra, assim como dos aviões adaptados para guerra e os submarinos. Não se pode negar que o mundo se desenvolveu de forma exponencial neste momento da história.
New Deal
Após a crise da superprodução de 1929 institucionalizada pelos Estados Unidos, o mundo capitalista demanda uma grande transformação histórica em sua relação filosófica e trabalhista. Passamos a observar que as leis de mercado já não mais respondiam às necessidades sociais, o mercado não podia mais se autorregular sem que houvesse uma intervenção do estado para direcionar as novas ações comerciais.
Dessa forma, nasce a partir de 1934 o New Deal, o novo ideal econômico de desenvolvimento social. Ele seria um ponto de equilíbrio entre os dois modelos econômicos anteriores. Se no primeiro momento do capitalismo tivemos o absolutismo como uma forma de intervenção direta do estado na economia.
Já em um segundo momento temos o liberalismo econômico em que não haveria intervenção do estado na economia, agora teríamos no New Deal: um semi-intervencionismo dando base para a formação do Estado do Bem-Estar Social ou Welfare State. Nesse sentido, o mundo do trabalho tem sua configuração e suas dinâmicas alteradas à medida que avança o capitalismo e modifica a ordem social.